sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Emanuel nasceu, e com ele nós renascemos...

Os últimos dias da gravidez foram de conflitos internos e externos, eu tentava me preparar para a grande hora, eram medos, angústias e junto tinha o desejo de olhar nos olhos do meu Emanuel contra o desejo de viver tudo outra vez desde o começo, sentia que não estava pronta, mas não era eu quem decidiria esse desfecho e sim ele, era a hora dele!O telefone não parava, cobranças, opiniões alheias, o que eu mais ouvia era que ele passaria da hora, decidi confiar em meu instinto, decidi confiar no elo que construí dia após dia com meu filho, ele sim, viria ao mundo quando quisesse e pela forma que ele quisesse.
No sábado 20/08, sob orientação médica, fui a maternidade para uma consulta, passei o dia adiando essa ida, no final da tarde, resolvi obedecer, em uns cinco minutos, já estava sendo examinada e a notícia que seria internada, já estava em trabalho de parto.
Fiquei alguns segundos paralisada, eu não acreditava que meu filho iria chegar, me enchi de coragem, afinal coragem era o que eu precisaria, digamos que em tempos modernos, , não tem sido tão comum, uma mulher jovem, baixinha e com cara de menina desajuízada, parir no sentido mais real da palavra. A orientação era que eu deveria fazer umas caminhadas pelo hospital para que evoluísse o TP, fico lembrando das roupas trajadas naquele dia, bermuda jeans, papetes, blusa de malha, imaginem se isso são roupas de quem está indo ter um bebê, devido a esses trajes fiquei conhecida como a menina do shortinho jeans, francamente!Bem, voltando ao assunto, caminhei, fiz exercícios, havia estudado sobre parto normal, eu sabia bem o que deveria fazer!E, em duas horas, mais evolução, internação feita e aquele sorinho ocitocinante na veia, mas tudo o que eu sentia era um desconforto, na sala de pré-parto, a enfermeira e o médico vinham com uma cara engraçada perguntar sobre o desconforto, perguntavam se eu não ia entregar e ceder, lógico que não, viam que a dosagem não era pário pra mim e iam aumentando!Claro que, chegou o momento mais pedreira, mas estava tudo preparado na minha cabeça, eu teria que ajudar meu filho a nascer, entre uma contração e outra, ele estava mais perto. Chegou um momento que realmente cedi, estava com um certo pavor do que viria pela frente, o medo e o cansaço me paralisaram, mas de dentro veio uma força e coragem e de repente eu já estava ajudando meu filho a nascer, em pouco tempo, nasceu Emanuel, nasceu Fernanda-Mãe-Mamífera, renasci como ser humano, renasci esperançosa por um mundo melhor pro meu filho. Aqueles olhinhos puxadinhos me faziam acreditar no futuro, esses mesmos olhos que encontraram os meus, me encheram de uma alegria sem fim, eu nao sabia se ria, se chorava ou gritava, e na dúvida, dei o meu melhor, muitas risadas com meu pequeno em meus braços desajeitados, e tudo o que sei é que minha vida nunca mais foi a mesma, desde a madrugada de 21/08/2011.Obrigada Deus por me permitir, ser mulher, mãe, mamífera!

2 comentários:

  1. Eu ri.
    E chorei.
    E vibrei com seu relato!
    E lembrei docê me ligando pra dizer: "Nana, é agora!"
    Eu, no banho, falando ao telefone com a oreiuda mor desse mundo, que nunca, nunquinha me ouve! hehe!
    Momento lindo que fico imensamente feliz por você ter compartilhado comigo! Brigada, fumão!
    E parabens, menina do shortinho! Por ter resistido a toda torcida contrária! hehe!
    Mulher, mãe, mamífera!
    Há!

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